autopoesys.com

Descubra o que pode te deixar mais motivado para conquistar seus sonhos.

“Os homens não são movidos pelas coisas, mas pela visão que têm delas” Epícteto

Escrito por: @autopesys

Certa vez, passava um homem pela frente de um canteiro de obras. 

Ficou surpreso com o tamanho da obra e curioso para saber o que estaria sendo construído ali. Notou que  próximo da calçada havia um operário trabalhando. 

Calmamente, com sua picareta, ele quebrava pedras.

O homem, então, perguntou: 

– O que você está fazendo? E este, distraído, respondeu: – Estou preparando quebrando pedras.

Passado algum tempo, o mesmo homem, voltou para aquele lugar, encontrou um outro operário que também quebrava pedras.

 Tornou a fazer a mesma pergunta para ver se, desta vez, descobria que obra era aquela; e a resposta foi: – Eu estou levantando uma parede.


Num outro dia seguinte o homem, de volta ao mesmo local encontrou um terceiro operário que, quebrava pedras. E como das outras vezes, também perguntou: 

– O que você está fazendo?’; 

O operário, então, parou, olhou para o homem e, com muito orgulho respondeu: – Eu estou construindo uma Catedral.

Por que fazemos o que fazemos?

Anatomia da Motivação

Todo nosso comportamento, segundo a neurociência, seja ele trivial, como andar, comer, dormir, trabalhar ou altruísta, como ajudar algum desconhecido necessitado, é regido por uma habilidade comportamental nossa de grande importância, mas que,por vezes, ignoramos: a motivação.

E nossa motivação é gerada por um sistema do nosso cérebro chamado sistema de recompensa, que, basicamente é formado pelas seguintes estruturas: 

Neste sistema acontece a liberação de um neurotransmissor essencialmente relevante, por ser o principal modulador da nossa motivação, a dopamina.

De modo geral, quanto maior for a atividade do sistema de recompensa em relação a alguma tarefa, maior será sua vontade de executá-la. Sendo que dois fatores preponderantes de determinam a sua atividade:

Primeiro –  O valor da “recompensa” – obviamente, quanto maior e melhor for a recompensa de uma tarefa, mais motivado a gente ficará para executá-la. Por exemplo, uma pessoa vai se sentir mais motivada a executar um trabalho se for bem remunerada.

Segundo –  A distância (temporal ) da “recompensa” – quanto maior for o tempo necessário para a gente obter a recompensa de uma atividade específica, menos motivados ficamos de iniciar tal atividade.

O primeiro ponto é mais intuitivo, mas o segundo,  é também bastante importante. Pois, é justamente o que acontece com a gente o tempo todo, sobretudo, nestes tempos em que somos submetidos a muitos estímulos. 

É muito mais recompensador a gente passar horas rolando o feed do instagram, facebook  ou tik tok, ou até mesmo maratonar madrugada afora uma série de algum streaming, do que ler um livro, estudar ou elaborar um relatório de serviço.

Os itens do primeiro exemplo, além dos mecanismos de sedução  que lhes são inerentes, dão prazer imediato, já os  do segundo exemplo, causam certo desconforto por serem mais exigentes, e por só num futuro improvável é que poderão recompensar quem se dedicar a eles.

A falta de expectativa pela recompensa é interpretada pelo seu cérebro como se a ela estivesse “longe demais” (ou inexistente) e seu sistema de recompensa acaba não gerando motivação para executá-las.

Daí, se as tarefas de longo prazo parecem que nunca vão gerar frutos, só resta ao seu cérebro focar naquelas de curto prazo que ele sabe que vão trazer alguma “recompensa”, logo e fast.

 Subir uma pirâmide ou navegar mar adentro

A busca por entender a mecânica do funcionamento da motivação humana para agir não é de agora. 

Bem antes das neurociências lançarem luzes de entendimento sobre os bastidores dos nossos comportamentos para alcançar um objetivo ou sonho determinados, surgiram outras  teorias da motivação, sobretudo no campo da psicologia.

Uma que merece atenção, por ter sido base para tantas outras,  é a teoria da motivação humana de Abraham Maslow, da década de quarenta publicada na revista Pyschological Review.

Em linhas gerais, Maslow na sua teoria procurou compreender as emoções humana, subjacentes aos nossos comportamentos,  a partir da expressão e/ou satisfação das nossas necessidades básicas, tais como:

Porém, conforme bem sublinha o psicólogo americano Scott Barry Kaufman, esta metáfora da pirâmide é bastante problemática, por dois motivos: primeiro, por não ter sido proposta por Maslow, como dizem por aí.

Segundo, por não representar bem o que o seu companheiro de profissão quis dizer. Para ele, a vida não é como uma escalada de uma pirâmide, degrau a degrau, como que se para alcançar a realização pessoal, a gente tivesse que passar de nível:

Maslow, ressalta Kaufman ,tinha clareza que o autodesenvolvimento humano é um processo integrado e, portanto, implica numa dinâmica, nada retilínea, de dois passos para frente e um para trás.

Desta forma, o psicólogo americano vai propor uma reconstrução da hierarquia das necessidades de Maslow para o desenvolvimento humano, atualizando-a para o nosso século XXI a partir de bases científicas mais vigentes. 

Sendo que para Kaufman, melhor do que uma pirâmide estática, a metáfora para apresentar sua teoria é de um barco a vela . Sendo que:

Para singrarmos o mar da existência, com suas vicissitudes e inseguranças, na direção do que queremos, é necessário, portanto, que busquemos realizar nossas necessidades básicas (de segurança, conexão e autoestima) e espirituais (de exploração, amor e propósito), ou seja, que tenhamos um barco seguro e suas velas abertas.

Força de vontade ou força de propósito

picteto, filósofo grego, em sua sabedoria estóica dizia que “o que move as pessoas não são as coisas, mas a visão que elas têm das coisas”.

Sem os conhecimentos das atuais neurociências ou teorias psicológicas sobre a motivação, o filósofo estoico, parecia antecipar com seu pensamento aquilo que as pessoas que estudam o tema em questão, apontam como o fator mais relevante, quando se trata da nossa busca por motivação para alcançar um objetivo.

Ao contrário do que podemos imaginar, este fator decisivo para a motivação não é a força de vontade com a qual nada de grande e importante a gente consegue fazer nesta vida, como bem diz Pedro Calabrez do Canal Neurovox.

Conforme aponta as descobertas científicas mais atuais sobre o assunto da motivação, seja pelas neurociências ou teorias psicológicas vistas anteriormente, o que de fato mais determina nossa capacidade de nos automotivarmos para conquistar nossos objetivos é a nossa capacidade de poder antecipar alguma recompensa naquilo que vamos fazer, através da imaginação criativa ou visualização.Quando a gente antecipa alguma recompensa de alguma tarefa que vamos fazer, estamos indicando para o cérebro o quão importante ela é para nós e, assim, este nos beneficiária com uma genrosa descarga de dopamina, a molécula da motivação, imprescindível para fazermos o que fazemos nesta vida.

Neste sentido, bem fala Pedro Calabrez, que não é a força de vontade, mas sim a força de propósito que nos faz agir em direção à concretização dos nossos sonhos. Pois,  o propósito é justamente aquilo que nos conecta com o valor do nosso desejo, gerando em nós a força motriz que nos faz agir para sua satisfação.

E o mais interessante de tudo o que vimos até aqui, é que todas estas descobertas sobre a motivação revelam que ela não é um dom celestial com que alguns são agraciados outros não, mas uma habilidade comportamental que a gente pode desenvolver vida afora.

Para isso, a gente pode começar a treinar a enxergar nas pedras que encontramos pelo caminho, a base para a construção de uma catedral.

Leve,

Livre,

Voe!

Sair da versão mobile