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Como gerar doçura em meio a dor e sofrimento: o poder da resiliênica

Escrito por: @lucianomilitao

“A felicidade é a aceitação corajosa da vida”Erich Fromm

A vida, como nos diria Guimarães Rosa, é uma corrida em que os acontecimentos que nos sacode a existência acontecem embrulhados, não separados. 

Por isso,  em sua sinfonia complexa, tece melodias ora quentes, ora frias, às vezes, estica aqui, noutras, aperta ali. 

E é entre angústias e esperanças, desafios e conquistas, que desabrocha a resiliência humana, como uma força interior que nos permite superar obstáculos e florescer em meio às adversidades. 

Longe de ser um dom especial, dado a alguns privilegiados deste mundo, a resiliência, como veremos, pode ser percebida como uma virtude ou habilidade espiritual, que cada um de nós, à sua maneira, pode e deve desenvolver ao longo da vida.

A força interior que brota do caos

Resiliência não se trata de apenas de resistência interior, mas sim de uma dança com a dor e o sofrimento, para transformá-los em aprendizado e crescimento. 

Resilire do Latim, resiliência significa “saltar para trás” ou “voltar ao estado original”. Foi utilizada, inicialmente, na física para descrever a capacidade de um material retornar à sua forma original após ser submetido a uma pressão externa. 

No entanto, no campo da psicologia, uma pessoa é considerada resiliente quando consegue retornar ao seu estado habitual de saúde (física e mental), após passar por uma experiência difícil.

Em geral, podemos dizer que, ela diz respeito à nossa capacidade de emergir das profundezas das adversidades da vida com a alma ressignificada, como a flor de lótus que desabrocha na lama.

Sendo que para entender o comportamento resiliente, é importante a gente considerar dois fatores: 

A pessoa resiliente compreende, pois, o problema que enfrenta e mobiliza recursos para superá-lo. Isso não significa que ela seja invulnerável, mas sim que desenvolveu a habilidade de lidar eficientemente com a crise e sair dela fortalecida.

Resiliência e espiritualidade, juntas na mesma dança existencial

A  nossa jornada espiritual é, pois, uma caminhada íntima, ao longo da vida, em busca de significado, conexão e transcendência. 

Para cada um,  esta procura pode se revelar de várias maneiras: na devoção religiosa, no vínculo com a natureza, na prática meditativa ou simplesmente na busca por um propósito que justifique a vida ou um instante qualquer.

Fato é que, nutrindo a nossa alma, a espiritualidade nos oferece paz interior, esperança e a coragem necessária para enfrentarmos os desafios da vida. Ela nos conecta a algo maior do que nós mesmos, seja um conceito de divindade, um poder superior ou o próprio cosmos.

Neste sentido, a resiliência e a espiritualidade dançam juntas nas trilhas da existência, potencializando uma à outra.

Por meio da espiritualidade, encontramos a fortaleza para superar traumas e perdas, para perdoar e seguir adiante com esperança. 

E, por sua vez, a resiliência nos capacita a vivenciar os preceitos da espiritualidade, transformando-nos em seres mais compassivos, amorosos e resistentes.

Gerando uma estrela dançante no caos

Para sermos capazes de, como diria Nietzsche, gerar uma estrela dança em meio ao caos existencial, em que nossa vida por vezes nos precipita, é essencial e necessário, portanto, cultivar a resiliência e a espiritualidade. 

Sendo assim, algumas práticas cotidianas podem fortalecer essas duas virtudes dentro da gente:

Ao nutrirmos a resiliência e a espiritualidade, buscando nosso desenvolvimento pessoal, ficamos mais preparados para enfrentar as provações da vida, com coragem, discernimento e compaixão: por nós mesmos e pelos outros.

A doçura do mel

Podemos entender, assim, a resiliência e a espiritualidade como  duas forças do nosso espírito que se entrelaçam no nosso íntimo,  para nos permitir transcender as dificuldades e florescer em meio às tempestades. 

Ao cultivarmos essas duas qualidades, nos tornamos seres mais completos, capazes de navegar pelas águas turbulentas da vida com graça e leveza. 

Então, lembremos; eu e você não estamos sozinhos. 

A força da resiliência e da espiritualidade reside dentro da gente, pronta para ser despertada e florescer.

Permitamos, pois, que essas duas luzes guiem seus passos, iluminando o nosso caminho para uma vida mais plena e significativa.

Assim, seremos capazes de gerar a doçura do mel, como nos lembrava Dom Hélder Câmara, mesmo quando for esmagado pelas moendas da dor e do sofrimento.

Livre,

Leve,

Voe!

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